FutChopp 2009/2010: empate em 6 x 6 adiou decisão da MCL
Roque goleava por 6 a 1, mas permitiu reação do Santo Angelo
SANTO ANGELO, RS – Em 26 de dezembro de 2009, na sede da AABB, uma partida recheada de emoções ao 1º ao 80º (!) minuto acabou empatada em 6 a 6 entre os times do F.C. Roque e F.C. Santo Angelo. O jogo, válido pela decisão da M.C.L. – Missiones Choppings League, foi organizado em sua terceira edição pela FIFA- Federação Interiorana de Futebolistas Alcoolizados, entidade máxima do futebol-etílico missioneiro.
Como o regulamento não permite nenhum outro critério de desempate a não ser a vitória de um time para a conquista da taça, a entrega definitiva do troféu ao vencedor apenas acontecerá em dezembro de 2010 na cidade de Roque Gonzales. Desta feita, ocorrendo nova igualdade no placar, haverá uma prorrogação de 10 minutos, e se for necessário, a cobrança de penalidades máximas.
As equipes
Para esta edição do evento, as equipes vieram modificadas em relação ao último confronto. O F.C. Roque, sofreu com as baixas de Alex, Pajador e Marcão, por motivos pessoais/profissionais e de Ito e Carmo, preventivamente afastados por ordens médicas. Porém, teve o retorno do goleiro Diego e a apresentação dos novos reforços: os meias Jean (revelação da sub-17) e Leo Rima (com passe livre), que acrescentaram um toque refinado ao time e Fernando, que deu mais consistência à zaga. A surpresa foi a troca da comissão técnica dos roquegonzalenses, na última hora, saindo o contestado técnico Kolelo para a entrada do correntino Julio Ribaz, pra tentar aumentar o moral da equipe, muito abalada pela última goleada sofrida.
No F.C. Santo Angelo, o grande reforço foi a repatriação do goleiro Lupa, após duas temporadas de fora. Lupa, que já assinou contrato para defender as cores azul e ouro do E.C. Pelotas na temporada de 2010, prorrogou seu empréstimo com o time das Missões, e como de hábito, teve grande atuação apesar das seis buchas. De resto, o time manteve a comando dos vestiários, além de Cleomar e Julio, dois jovens reforços apresentados no ano passado. Jogando completo, a confiança em uma nova goleada em casa era grande.
A partida
Primeiro Tempo
Todavia, quando a bola começou a rolar, o que se viu em campo foi o oposto. O time visitante da terra de Nheçu partiu logo pra cima, com um toque de bola envolvente e encurralando os donos da casa. E, logo a 1 minuto, Schneck balançou as redes pela primeira vez. A 2minutos e 30 segundos, o zagueiro Mano, do Santo Angelo, lesionado e/ou sem fôlego, pediu pra sair. Aos 5, o novo reforço Leo Rima aumentou, por cobertura: 2 x 0. Três minutos depois, Everas, numa pancada, venceu o goleiro Lupa. Já era 3 x 0 e um show de bola. Aos 16, num esboço de reação, Dôdo descontou: 3 x 1. Mas aos 24 e 25, Cabeça marcou duas vezes e começou o que parecia ser o prenúncio de uma goleada fácil. O primeiro, uma pintura, limpando o zagueiro e chutando alto, na forquilha, fora do alcance de Lupa. Fim da primeira etapa: 5 x 1 para o Roque.
Segundo Tempo
Já no início da segunda etapa parecia que as coisas seguiriam no mesmo ritmo. Logo a 2 minutos, Cabeça, o nome do jogo, fez 6 x 1, quase dentro da goleira. A partir daí o Roque começou a relaxar na marcação e o adversário descontou aos 5 minutos, com Paquita. Seguindo na base da pressão, o Santo Angelo diminuiu aos 15, com Fritoldo, e neste momento o jogo pegou fogo, ou melhor, água. Junto com a chuvarada veio o cansaço dos atletas nheçuanos. Aos 24, Dôdo pegou um rebote dentro da área e deu esperanças à preocupada torcida local: 6 x 4. Quase no fim do jogo, aos 30 minutos, no sufoco, o quinto gol, numa bola desviada para a rede em um chute cruzado de Fritoldo. A tormenta e o desgaste físico dos atletas do Roque, aliados à pressão adversária e aos excessivos descontos, resultou no imprevisível: aos 39(!) minutos Dôdo chutou de fora da área, a bola desviou na zaga e enganou o excelente goleiro Diego. Muita festa da equipe santo-angelense e logo a seguir, o fim da sensacional peleja: 6 x 6. Empate com sabor de derrota para a equipe de Roque Gonzales e de vitória para a de Santo Angelo.
Ficha Técnica:
F.C. SANTO ANGELO: Lupa, Fritoldo, Mano (Binha), Julio e Cleomar; Lizandro, Dôdo, Dé e Paquita (Gordo).
F.C. ROQUE: Diego, Ademir, Fernando, Marcio (Rogerio R2) e Schneck (Lolo); Jean, Leo Rima (Matheus), Everas e Cabeça.
Local: AABB de Santo Angelo
Público e renda: não divulgados
VESTIÁRIOS:
Cunegattos festejam empate em casa
Em outros tempos, um empate jogando em casa seria considerado um péssimo resultado. Mas nas circunstâncias da partida, os atletas e a torcida do Santo Angelo comemoraram muito o molhado resultado, mesmo sem levantar a taça. E, para ilustrar o ineditismo dos festejos, até o comedido goleiro Lupa, sempre diplomático e avesso às flautas mais insistentes, em suas considerações pós-jogo declarou:
- No jogo, prevaleceu a pegada e o empate foi justo, afinal o que vale é esta grande confraternização e essa coisa linda que é a amizade. Mas, falando sério...É um baita cavalo paraguaio esse time do Roque, heim!? Que pixotada entregar o jogo desse jeito...
F.C. Roque reclamou dos descontos
Extenuados e molhados, os atletas roquegonzalenses saíram de campo com as desculpas pela “entregada” na ponta da língua: o excesso de descontos e a chuvarada que caiu a partir da metade do segundo tempo. O novo técnico Julio Ribaz foi um pouco mais realista, mas condescendente ao explicar o empate depois de estar vencendo por 6 x 1:
- Foram vários os motivos: esse temporal acabou com nosso futebol. Nós jogamos uma bolinha macia, na malícia, aveludada, não em grama alta e depois, nós não conseguimos “catingar” o jogo e pôr em prática a nossa tática: defender em funil e atacar em “pavão” pelo meio, quando chegar a bola, abre as asas e Pá! Vão! Mas o empate até que foi bom, comparado com os últimos jogos!