sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

MUNDIAL DE CLUBES DA FIFA 2010

Fiasco Vermelho em Abu Dhabi

Colorado dá vexame e Inter de Milão levanta a Taça



Rafael Sóbis, o herói do Bi da Liberta, decepcionou no Mundial Fifa


Nem os mais fervorosos secadores gremistas e muito menos a torcida colorada imaginava o desfecho da semifinal do Mundial de Clubes da Fifa, dia 14/12, em Abu Dahbi. Mas a inesperada derrota do Internacional para o Mazembe, time campeão africano mas inexpressivo no cenário internacional provou que no futebol não há mais ingenuidade. O inesperado aconteceu e a zebra africana passeou mais uma vez nos Emirados árabes: 2 x 0 para o time da República do Congo. E o sonho do Bi Mundial acabou assim para o Inter: em Abu deu...Fi...asco!


O guerreiro Guiñazu fez um jogo atípico, muito nervoso em campo



A impressão que deu é que o Colorado entrou em campo já com a cabeça na decisão contra a Inter de Milão, que cumpriu seu papel e não deu chance aos coreanos do Seongman e goleou por 3 x 0 e levantou o caneco na decisão contra o Mazembe, vencendo também por fáceis 3 x 0. No jogo semifinal, o atual campeão da Libertadores começou bem, teve chances de matar o jogo no primeiro tempo mas desperdiçou as chances criadas, principalmente com Sóbis. Na segunda etapa, os africanos continuaram com a marcação firme e o nervosismo foi tomando conta do time de Celso Roth. Pra piorar, logo aos 7 minutos os africanos abriram o placar, numa bobeira em que Bolívar e ìndio só olharam Kabangu deslocar o inseguro Renan. 1 x 0.


Jogadores do Mazembe comemoram o segundo gol do jogo



Se já estava difícil, com o gol a equipe colorada entrou em desespero e começou a pressionar desordenadamente. Celso Roth substituiu mal, tirando Tinga para entrar Giuliano, deixando o improdutivo Wilson Matias. Nem com a entrada do garoto Oscar o time melhorou seu meio de campo apático. D’ Alessandro, sumido do jogo, foi outra decepção, assim como Kleber  e  o guerreiro Guiñazu, muito nervoso.
Enquanto os atacantes do Inter tentavam, o goleiro congolês Kidiaba fazia milagres nas poucas chances criadas. O sonolento Alecssandro mal tocou na bola durante o jogo todo.



Time Campeão da América 2010 deu vexame em Abu Dhabi

Para completar o fiasco, no final do jogo, aos 40, em rápido contra ataque, Kaluyituka protagonizou a maior proeza de um time africano e o maior vexame de um time sul-americano em Mundias de Clubes da Fifa. Festa azul no Sul. Restou ao Inter a disputa do terceiro lugar, onde superou, sem o menor interesse, os coreanos do Seongman por 4 x 2.



CHARGE


Comemoração Azul...Que Diabos!


Charge: Ig Esportes
Fotos: Portal Terra

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

BRASILEIRÃO 2010

Torcida do Fluminense comemora o título após 26 anos


FLUMINENSE  CONQUISTA O BICAMPEONATO BRASILEIRO


As duas últimas rodadas foram decisivas para apontar o campeão brasileiro de 2010 e as vagas para a Copa Libertadores 2011. O vencedor do título só foi conhecido na rodada final. Entretanto, mais uma vez foi colocada em xeque a fórmula de pontos corridos, com a volta do famoso “entrega-entrega” que vêm ocorrendo nos últimos campeonato brasileiros. Rememorando as vergonhosas entregadas de Grêmio e Corinthians para o Flamengo nas últimas rodadas, em 2009, que deram a Taça de bandeja ao Urubu da Gávea.


Jogadores do Fluminense comemoram gol do título



Nesta edição, outro carioca, o Fluminense, foi o grande beneficiado. Na antepenúltima rodada, o São Paulo, rival do até então líder Corinthians e já sem chances de almejar vaga na Libertadores, fez um jogo no mínimo estranho, sendo goleado em casa pelo Fluminense (4 x 1), que assumiu a ponta. O mesmo aconteceu no jogo contra o Palmeiras, quando o time do Parque Antártica literalmente “tirou o pé” para prejudicar o arquirrival .


São Paulo protagonizou uma das vergonhosas "entregadas"



Na última rodada, o tricolor carioca, que entrou com uma vantagem de 2 pontos sobre o Corinthians e 3 sobre o Cruzeiro, enfrentou em casa o quase rebaixado Guarani de Campinas, e fez a sua parte: 1 x 0. Já o Timão empatou com o já rebaixado Goiás e, com a vitória do Cruzeiro contra o Palmeiras (2 x 1), acabou ficando em terceiro lugar, deixando o vice-campeonato com a Raposa de Minas. Fluminense, Campeão Brasileiro de 2010. Conca foi eleito o craque e Muricy o melhor técnico da competição.


Cruzeiro fez bela campanha e mereceu o vice-campeonato



Como as rivalidades regionais vêm decidindo os últimos títulos na base do “corpo mole” já está na hora de a CBF repensar a fórmula dos pontos corridos nos moldes atuais. Por exemplo, deveria criar novos artifícios para apontar o campeão, como por exemplo, um triangular final com os vencedores dos turnos e o time que mais pontuou nos dois turnos. Evitaria, assim, as vergonhosas “malas brancas” e “entregadas”, que vêm manchando a credibilidade de um dos maiores campeonatos de futebol do planeta (artigos nesta postagem).


Torcidas de Fluminense e São Paulo "unidas por uma causa"



DUPLA GRE-NAL NO BR-2010


A dupla Gre-Nal, com objetivos diferentes no Brasileirão, viveu momentos de alternância na competição. O Internacional, já classificado para a próxima edição do maior torneio do Continente por ter conquistado o Bicampeonato em 2010, fez um bom primeiro turno e esteve sempre presente no G-4, objetivando apenas o título. No segundo turno, jogando a maioria das partidas com time misto ou reservas e com a cabeça em Abu Dhabi, apenas se preparou para a disputa do Mundial de Clubes da Fifa, em Dezembro. O resultado deste desinteresse foi uma queda vertiginosa na tabela, e o Colorado acabou a competição apenas em 7º lugar.


Com a cabeça em Abu Dhabi, Inter encerrou com goleada: 3 x 0



Já o rival Grêmio, depois de um primeiro turno beirando a zona do rebaixamento, emplacou uma reação incrível no turno final e terminou o campeonato em 4º lugar, com uma ajuda do co-irmão vermelho nas últimas rodadas (vitória de 2x1 contra o Botafogo). Com isso, o tricolor conseguiu a última vaga brasileira para a Copa Libertadores 2011, já que o Goiás, rebaixado na competição nacional, acabou perdendo a decisão da Copa Sul-Americana para o Independiente-ARG. A vitória dos argentinos na Copa Sul-Americana (há pouco desprezada por torcida e direção gremistas) foi comemorada como um título do time da Azenha.





Grêmio, do goleador Jonas, ficou com a última vaga da LA



ESPECIAL


RENÊ WEBER, ETERNO ÍDOLO DO TRICOLOR CARIOCA

Roquegonzalense foi campeão do Brasil pelo Flu, em 1984





arquivo pessoal

Campeão em 84, Renê Weber revira baú de recordações tricolores
Tricolor exibe fotos da conquista do Brasileiro de 1984 e reforça torcida pelo primeiro título na Libertadores da América


A conquista do Brasileirão deste ano, fez com que um ex-jogador relembrasse à distância seus melhores momentos com a camisa do Fluminense. Atualmente treinador do Al Shaab, dos Emirados Árabes, o ex-meio-campo Renê Weber foi campeão nacional em 1984 com a camisa tricolor e aproveitou a conquista do tricampeonato para revirar o baú de memórias da segunda vez em que a equipe das Laranjeiras alcançou o posto de melhor do Brasil.

Entre muitas fotos da época, como pôsteres do título e recordações do Fla-Flu, Renê relembrou também a participação frustrada na Libertadores de 85, quando a equipe foi eliminada na primeira fase sem vencer uma partida sequer, e reforçou a torcida para que o título que sua geração não conseguiu conquistar e escapou por pouco em 2008 enfim pare nas Laranjeiras em 2011.

- Fiquei muito feliz com o título deste ano. Quem passou pelo clube e venceu, como a minha geração, certamente virou um torcedor à distância. É muito bom escrever o nome na história de um clube. Fico na expectativa de ver o Flu arrebentando e brigando pelo título da Libertadores. Na minha época, após a conquista do Brasileiro de 84, não houve investimento e fomos um fracasso nessa competição.

Para Renê, que relembrou os equívocos de 1985, com a manutenção do elenco atual o Tricolor terá grandes chances na disputa continental.


Renê Weber com Zico durante um Fla-Flu, no Maracanã (Foto: Arquivo Pessoal)

- Não vencemos nenhum dos quatro jogos que disputamos. A diretoria contratou um técnico argentino, alguns jogadores estavam com contratos pendentes e nada deu certo. Espero que o Flu possa manter o elenco atual e ainda se reforçar.

Esse também é o pensamento da diretoria atual, que prometeu não perder nenhum jogador na mercado deste fim de ano, e deve anunciar nos próximos dias as contratações de Diego Cavalieri, para o gol, e Araújo, para o ataque. Os meias Thiago Neves e Souza também negociam com o clube.



Equipe tricolor entra em campo com bandeira durante campanha de 1984 (Foto: Arquivo Pessoal)



(Reportagem publicada no site  Globoesporte.com  de 19/12/2010 17h45)



ARTIGOS





Entrega aqui, entrega ali.

Esse tem sido o maior samba do crioulo doido no futebol brasileiro.


Fosse o encapetado Stanislaw Ponte Preta a escrever esse texto, talvez ele começasse com o famoso: “O bode que deu vou te contar, lá ia, lá ia...” E é nessa toada que vou levando minha pequena análise de todo o rebuliço que cerca o evidente “entrega-entrega” que vai comendo solto nessa reta final do Brasileiro.

Para começar (e já ir derrubando alguns falsos moralismos que ando lendo por aí) que tal sair um pouco do futebol. Vamos lembrar um pouquinho da Fórmula 1? Pois bem, todo mundo, absolutamente todo mundo, chiou quando o Rubinho abriu pro Schumacher naquela presepada na Hungria.

Mais recentemente foi com o Massa... Bastou ouvir a, já famosa, indireta “Alonso está mais rápido, entendeu a mensagem?” e meio mundo gritou contra a armação na Fórmula 1. Muitos dizem que o que vale é o jogo de equipe e não seus valores individuais. E é aí que uma moçada anda provando do próprio veneno.

Me lembro claramente de alguns entendidos de esporte apoiando a tal decisão das equipes nessas ocasiões. E alguns deles, agora, estão criticando o tal entrega lá da cá do futebol brasileiro. Papo furado.

Para nós que paramos em frente à TV dispostos a ver uma boa corrida ou uma boa pelada, a única coisa que vale quando vemos uma entregada dessas, é o sentimento de babaca que nos acomete subitamente.

Moçada, muita gente já disse e reforço: a solução é simples. Que se coloquem clássicos nas ultimas rodadas do Brasileirão. Quero ver o Inter entregar pro Grêmio, ou o Corinthians pro São Paulo, Flamengo para Vasco, e assim por diante. Faça isso e acaba essa palhaçada que todo mundo faz, mas ninguém quer admitir (com exceção de Rogérios Cenis e Deolas da vida).

Bom, e já que ninguém é capaz (ou não quer) bolar uma reta final nesses moldes, que se faça piada então! Leia bem: PIADA. Isso não inclui as posturas agressivas que chegamos a ver em algumas torcidas. Isso não! Ah, que fique claro também: isso deve ficar com o populacho moçada. A torcida é folclórica e até pode brincar, torcer contra o seu time. O que é patético é uma diretoria, teoricamente, profisisonalizada tomar esse partido. Constrange...

No fim do dia, tudo isso é muito triste, porque de alguma forma acaba ofuscando o brilho de um titulo absolutamente legitimo de quem efetivamente jogou mais bola o ano inteiro. Não sei ainda quem será campeão, mas ao lado do título de quem quer seja terá sempre um "asterisco".

E aí sim, moçada. Aí sim, vai dar bode.


Clint McGuinness
publicado no http://www.canetada.com.br/







O futebol virou marmelada


Quando o piloto brasileiro Felipe Massa reduziu a velocidade de sua Ferrari para deixar o companheiro Fernando Alonso passar - por ordens da equipe - a imprensa brasileira caiu de pau. Só se falou disso durante muito tempo, da falta de esportividade, do jogo de cartas marcadas.

Verdade que no final do campeonato de Fórmula-1 a performance de Alonso nas pistas provou que a decisão da Ferrari era correta. O espanhol disputou o título até a última corrida, Massa já não estava entre os finalistas duas corridas antes. Mas isso é outra história.

O Brasileirão 2010 será o campeonato do corpo mole. Sim, pela primeira vez equipes de primeiro nível do futebol brasileiro perdem jogos de propósito, ferindo o Estatuto do Torcedor e a alma de qualquer pessoa que goste de futebol. A competição de 2005 foi manchada pela corrupção na arbitragem - e pelo erro escrachado de um árbitro ao não marcar pênalti contra o Corinthians em jogo decisivo. No ano passado o mesmo Corinthians pegou leve contra o Flamengo, que acabou campeão. Mas nunca antes na história de um torneio tantos clubes entregaram jogos juntos como agora.

Se a Justiça Desportiva não toma nenhuma providência, alguém tem que tomar. Ou não vai adiantar chorar depois que a torcida abandonar os estádios, certo?

Antes de mais nada é preciso avaliar se vale a pena ou não mudar a fórmula. O Santos, em 2002, foi campeão mesmo tendo chegado em oitavo lugar na fase de pontos corridos. Ou seja, o mata-mata não faz justiça ao melhor em oito meses, mas a quem chegar ao final em melhor forma. Em 2010 o Grêmio apareceria como favorito, mesmo estando apenas decidindo a quarta colocação.

Então o ideal não é formulismo, nem pontos corridos. Uma fórmula híbrida, nem tanto ao céu, nem tanto à terra, pode ser a solução - os patrocinadores adorariam. O Campeonato Carioca é disputado em dois turnos, Taça Guanabara e Taça Rio. Hoje há fórmulas, semifinais e finais em cada Taça, mas antigamente jogavam todos contra todos e o campeão de cada turno (por pontos corridos) estava nas finais. Junto aos dois estava o clube com maior número de pontos somadas as duas taças. E desse triangular final saía o Campeão Carioca.

Então a proposta para acabar com a marmelada e tentar devolver a dignidade do futebol brasileiro é a seguinte:

* Dois turnos em pontos corridos. O campeão de cada um estará classificados para as finais.


Eduardo Tessler
Porto Alegre
(publicado no portal Terra)

Fotos: Portal Terra





segunda-feira, 23 de agosto de 2010

LIBERTADORES 2010

A América é Vermelha! De novo!
Inter vence Chivas por 3 x 2 e é Bicampeão da América
















Jogadores do Inter levantam a cobiçada Taça pela segunda vez


O Inter é Bicampeão da América 2010. Na conquista do maior torneio do Continente, foi coroado o melhor time das Américas, atualmente. O Colorado aplicou 3 x 2 no Chivas, de virada, e levantou a cobiçada taça. A partir da conquista da vaga para as semifinais, em cima do antigo campeão Estudiantes, o time engrenou na competição, fazendo atuações seguras que levaram a torcida a acreditar sempre no Bicampeonato. Na primeira partida da final, em Guadalajara, o placar foi de 2 x 1 para o Inter, também de virada.
















O "General" Bolívar recebe a Taça das mãos do "Rei" Pelé



Na grande decisão do dia 18 de agosto, no Beira-Rio, o time do técnico Celso Roth não fez um bom primeiro tempo. Os jogadores estavam nervosos em campo e o meio-campo colorado foi contido pela forte marcação imposta pelo Chivas. Apesar do domínio em campo, o ataque do Inter não conseguia criar chances claras de gol. Quase no fim da primeira etapa, aos 42, em jogada isolada, Fabian marcou, repetindo o jogo anterior e preocupando os mais de 50 mil torcedores presentes no estádio.














Torcida que lotou o Beira-Rio empurrou o time do início ao fim


O Inter voltou mais tranquilo para a segunda etapa, não se afobou e continuou impondo seu ritmo e toque de bola. O maior domínio teve resultado aos 16 minutos, quando o iluminado Rafael Sobis, que entrou na vaga de Alecssandro, lesionado, empatou após belo cruzamento de Kleber. Depois do gol de empate o time Colorado se soltou mais e aos 31, virou o jogo com um golaço do novato Leandro Damião, que recém havia entrado. Inter 2 x 1. A partir daí, o bom time mexicano foi em busca do gol de empate, muitas vezes apelando para jogadas desleais. A dupla de zaga Índio e Bolívar segurou tudo, com coberturas precisas de Sandro e Guiñazu e atuação segura de Renan, e controlou o ímpeto dos mexicanos.


D' Alessandro, um dos destaques do Bicampeonato, levantando a taça














Rafael Sobis, que marcou o gol de empate...

















... e Tinga, comemorando, repetiram 2006

Porém foi o Inter, em rápido contra-ataque, que marcou novamente, aos 44, num golaço do talismã Giuliano, goleador do time na Libertadores. A massa colorada já começava a comemorar o título nas arquibancadas e nas ruas de Porto Alegre e por todo Estado. O segundo gol do Chivas, nos descontos, praticamente passou despercebido. Inter Bicampeão da América! Rumo a Abu Dahbi, Emirados Árabes, em busca do Bicampeonato Mundial de Clubes da Fifa, em dezembro. Sem dúvida, a torcida vermelha vive dias de grande euforia.













Leandro Damião marcou o gol que garantiu o Bicampeonato


















A massa colorada comemorou a conquista em Porto Alegre...















...e por todo o Estado, até o raiar do sol da quinta-feira, 19/8/2010



Times:

Inter:
Renan; Nei, Bolívar, Índio e Kleber; Sandro, Guiñazu, Tinga (Wilson Matias) e D'Alessandro; Taison (Giuliano) e Rafael Sobis (Leandro Damião)
Técnico: Celso Roth




















Chivas:
Luis Michel; Magallón, Reynoso, De Luna e Ponce (Escalante); Arellano, Baez (Vázquez), Araujo e Fabián; Omar Bravo e Bautista
Técnico: José Luis Real

fotos: portais Terra e S.C. Internacional




CHARGES


















http://saciblogueiro.blogspot.com/











































http://blogs.lancenet.com.br/charges




"PAYADA DO BICAMPEÃO"

I

No entrevero de La Plata,
Na última da cartucheira,
Em meio à fumaceira -
Esqueci até a data
Pra registrar na ata,
Hora, dia, mês e ano -
Só vi que foi o Giuliano
Que encontrou o caminho:
A bola entrou de mansinho
No canto do castelhano!

II

Na sequência, a peleia
Foi contra o tri-mundial
Numa disputa bagual
O Gigante se incendeia...
Mas a “cosa” era feia
Lá no Morumbi lotado
E o bravo Colorado
Superou-se outra vez,
Repetiu 2006:
São Paulo tá sepultado!


III

A Batalha do Morumbi
Garantiu a Decisão
E pra judiar o co-irmão,
Secadores do Saci,
Deu vaga em Abu Dahbi
Pra reconquistar do Mundo...
Tudo vi em um segundo,
Qualidade não se rifa:
Em busca do Bi da Fifa
E o Greminho, moribundo!


IV

Na disputa pelo Caneco
Da Taça Libertadores,
Apesar dos dissabores
Da tal grama de sinteco,
O Inter deu repeteco
Venceu e foi de virada
Com a equipe afiada,
Ligeira que nem tisiu,
Deixou para o Beira-Rio
A última estocada!


V

No sinteco ou na grama
Giuliano, predestinado
Kleber, toque refinado
Tinga, teu povo te ama!
Sandro vai e fica a fama
Nei e Índio, nada mal...
D’Ale e Guiña, no pedal
Alecssandro, matador
Com Taison, o driblador
E Bolívar, “el General”!


VI

A noitada prometia,
A Taça quase na mão
Mas o time, nervosão,
Lutava muito, insistia...
Enquanto o Chivas vencia
O "Azulzinho" festejava
Só que ele não contava
Com Sóbis e Damião
O Inter é Bicampeão
E a América ajoelhava!


Payador Colorado

LIBERTADORES 2010

Inter começa em vantagem na Grande Decisão
Fez 2 x 1 de virada no Chivas e joga pelo empate para ser Bicampeão

















O Capitão Bolívar comemora o gol da virada no México


Em uma partida em que prevaleceu  sua melhor técnica e com muita raça, o Internacional deu um grande passo para a conquista do Bicampeonato da América. De virada, o time gaúcho fez 2 x 1 no Chivas, no gramado sintético do Estádio Omnilife, em Guadalajara. Para levantar a Taça, bastará apenas um empate no segundo jogo, dia 18/8, quarta-feira, no Beira-Rio.

O Colorado gaúcho foi superior o jogo todo, criando várias chances, inclusive com bolas na trave. No primeiro tempo, teve ampla vantagem na posse de bola, dominando os mexicanos. Mas nos descontos, numa desatenção da zaga, Bautista abriu o placar com um gol de cabeça, de fora da área.

No segundo tempo o Inter continuou pressionando e melhor em campo, mas o empate apenas veio aos 26 minutos, com o predestinado Giuliano, em linda cabeçada, após cruzamento de Kleber. A vitória veio logo a seguir, aos 31 minutos, numa linha de passes entre dois zagueiros, dentro da área. D’ Alessandro cruzou, Índio escorou e o capitão Bolívar marcou, quase agachado. Inter 2 x 1 Chivas.
















O predestinado Giuliano empatou o jogo aos 26 min da etapa final


Depois da virada, o Inter continuou com o seu envolvente toque de bola e segurou o adversário até o fim do jogo.  A importante vitória fora  de casa deixa o time gaúcho a um empate da conquista da Libertadores da América pela segunda vez em quatro anos.














Torcida colorada festejou muito a bela vitória em Guadalajara



Times:

Chivas:
Michel; Magallon, De Luna, Reynoso e Ponce; Mejía, Báez (DÁvila), Fabián (Escalante) e Arellano (Araujo); Omar Bravo e Bautista.
Técnico: José Luis Real

Inter:
Renan; Nei, Bolívar, Índio e Kleber; Sandro, Guiñazu, Giuliano, DAlessandro e Taison (Wilson Matias); Alecsandro (Everton, depois Rafael Sobis).
Técnico: Celso Roth

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

LIBERTADORES 2010

Inter elimina o São Paulo e está na Final

De quebra, o Colorado garantiu vaga no Mundial de Clubes da Fifa

















Jogadores do Inter comemoraram junto à torcida no Morumbi


A derrota de 2 x 1 para o São Paulo, na quinta-feira, 05 de agosto de 2010, no Morumbi, pelas semifinais da Libertadores 2010, foi muito comemorada pelos colorados. E em dose dupla, porque além da passagem para a final da competição sul-americana, garantiu o time gaúcho no Mundial de Clubes da Fifa, em dezembro, nos Emirados Árabes. O segundo confronto entre os dois times brasileiros que mais venceram competições internacionais no século 21 foi eletrizante. Bem diferente do jogo da semana anterior no Beira-Rio, onde o Inter jogou muito, mas acabou vencendo apenas por 1 x 0.


Desta vez jogando em casa, o São Paulo pressionou desde o início mas o Inter não se abalou. De novo fez uma boa partida, controlou o time paulista e também criou chances para marcar. Até que, aos 30 minutos, o goleiro Renan falhou feio e Alex Silva cabeceou para fazer 1 x 0. O técnico Celso Roth manteve a mesma postura do time, mas o primeiro tempo acabou com os paulistas na frente e a torcida colorada com os nervos à flor da pele.















Alecsandro comemora o gol que garantiu a dupla classificação


O Inter voltou bem para a segunda etapa. Logo aos 6 minutos, D’Alessandro cobrou falta sofrida por Taison e Alecsandro desviou de calcanhar: 1 x1. Logo após, aos 8 minutos, Renan se atrapalhou de novo, socando uma bola para a frente da área. Ricardo Oliveira pegou a sobra e não perdoou: São Paulo 2 x 1. Mas o Inter não se abateu, continuou controlando o meio de campo e procurando o gol de empate.

Mesmo com o sufoco do São Paulo nos últimos minutos e com 10 em campo por conta da expulsão de Tinga, o Inter segurou o resultado. Carimbou o passaporte para a final da Libertadores da América, contra o Chivas, e garantiu presença na disputa do Mundial de Clubes da Fifa, no final do ano, em Abu Dhabi. A torcida colorada comemorou muito durante a madrugada, em Porto Alegre e em todo o  Estado.
















Rogério Ceni tentando defender o desvio de Alecsandro...
















...e indo às lágrimas após nova eliminação para o Internacional

















Torcida colorada recebeu jogadores com festa em Porto Alegre


fotos: Portal Terra


Times:

São Paulo: Rogério Ceni; Jean, Alex Silva, Miranda e Júnior César; Rodrigo Souto (Marcelinho Paraíba), Cleber Santana (Marlos), Hernanes e Fernandão; Dagoberto (Fernandinho) e Ricardo Oliveira.
Técnico: Ricardo Gomes

Inter: Renan; Nei, Bolívar, Índio e Kleber; Sandro, Guiñazu, Tinga, D'Alessandro (Giuliano) e Taison (Wilson Mathias); Alecsandro.
Técnico: Celso Roth




São Grêmio, um sonho que se foi...



sexta-feira, 16 de julho de 2010

COPA DO MUNDO - ÁFRICA 2010

Espanha vence Holanda e é Campeã Mundial













Gol do título inédito: Iniesta fuzilou de direita e virou heroi nacional

A Espanha é a nova campeã mundial de futebol. Na Copa da África, a impressão que a “Fúria” repetiria suas boas performances em Copas, onde fazia grandes campanhas, mas era atacada pela síndrome do “quase”, logo se desfez. Em 2010, a história foi diferente. Depois de uma primeira fase sem mostrar um grande futebol, inclusive sendo derrotada pela inexpressiva Suíça na estreia, cresceu a partir das oitavas. Com uma equipe entrosadíssima, jogando junto desde 2006 e mantendo a base da seleção campeã da Eurocopa 2008, o futebol dos espanhóis foi melhorando na decorrer da competição. Nas quartas de final, mesmo com dificuldades, bateu o surpreendente Paraguai por 1 x 0 e na semifinal eliminou a poderosíssima Alemanha, também por 1 x 0.













Sergio Ramos sobe mais e cabeceia para a Espanha

A Holanda chegou à decisão invicta, com um futebol eficiente e rápido em contra-ataques comandados por Sneijder, Van Persie e Robben. Já nas quartas de final, quando eliminaram o Brasil, um dos favoritos ao título, os holandeses jogaram bonito. Na semifinal, a seleção da Holanda voltou a apresentar um futebol eficiente e mortal nos contra-ataques. Venceu o bravo Uruguai por 3 x 2 e chegou à final da Copa do Mundo.













Futebol ou judô? Decisão foi um jogo nervoso, com muitas faltas


A final da Copa do Mundo de 2010 entre Espanha e Holanda, dia 11 de julho, no Estádio Soccer City, em Johannesburgo, não foi de encher os olhos da torcida. Foi um jogo nervoso e truncado, com muitas faltas e poucas chances claras de gol. Na etapa inicial a Holanda teve chances, mas parou no goleiro Casillas, um dos destaques do jogo. Na segunda etapa a Espanha impôs seu futebol de toque de bola rápido, teve oportunidades, mas não conseguiu marcar. A decisão foi para a prorrogação, seguindo o maior domínio de bola espanhol. Quase no final, quando já se esperava decisão na cobrança por pênaltis, a Espanha, com um a mais em campo, marcou o gol do título, através de Iniesta. Festa espanhola e os holandeses tiveram que se contentar com o vice pela terceira vez.


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


Brasil decepciona com futebol burocrático












Brasil de Luis Fabiano decepcionou a torcida brasileira


A participação da seleção brasileira na Copa da África começou a ser questionada antes do embarque para a África. O técnico Dunga foi criticado por não levado alguns jogadores considerados craques pela imprensa e torcida, como Ganso, Neymar e Ronaldinho Gaúcho, optando pelo grupo que vinha atuando há mais tempo. A pressão era muito grande e o Brasil não conseguiu fazer bons jogos na primeira fase. Atuações abaixo do esperado de Kaká e Luis Fabiano e a falta de opções no banco de reservas decretaram precoce eliminação do Brasil da Copa de 2010.

A primeira fase não ofereceu riscos para a Seleção, apesar de ficar num grupo considerado forte, com Portugal, Costa do Marfim e Coréia do Norte. Classificou-se em primeiro do grupo, com atuações não muito convincentes. Nas oitavas, fez 3 x 0 no Chile, dando a impressão de que o bom futebol estava de volta.













Julio Cesar se enrola com Felipe Melo, que faz contra: 1 x 1


Porém, nas quartas de final, o Brasil parou no toque de bola da seleção holandesa e nos seus próprios erros. Este jogo foi marcado por duas etapas distintas. Na primeira, a seleção brasileira dominou, marcou 1x0 bem cedo, gol de Robinho, num lançamento de Felipe Melo e dominava. A Seleção controlava e poderia ter matado o jogo, a Holanda não oferecia perigo. Na segunda etapa tudo mudou. O Brasil sofreu o empate cedo, numa falha clamorosa do goleiro Julio César e de Felipe Melo, que acabou marcando contra. Perdido em campo, em seguida, de novo ele, Felipe Melo, o tosco volante de Dunga, praticamente selou o destino do Brasil na Copa ao ser expulso de campo após pisar num holandês caído.Aos 29 a Holanda virou o jogo, marcando 2 x 1, em nova falha de marcação em bola aérea. A Laranja Mecânica dominou o resto da partida e ainda teve outras chances para ampliar o placar.

Com um a menos, o time não teve forças pra reagir e assistiu à Holanda tocar a bola. Final de jogo e eliminação consumada. Da derrota de 2010 ficarão na lembrança o som irritante das vuvuzelas, os efeitos da jabulani, o “Calaboca Globão!” do Dunga ao impertinente Escobar, a ruindade do meio campo da seleção e é óbvio, a teimosia do próprio Dunga. E como diria o sóbrio apresentador Fernando Vanucci: “Não se preocupe gente, afinal 2014 é logo ali!”







 
 
 
 
 
 
 Jogadores holandeses comemoram. Brasileiros ficam desolados...
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

...mas a torcida já pensa em 2014!

Fotos: AP

sexta-feira, 21 de maio de 2010

LIBERTADORES 2010



Inter, heroico, se classifica às semifinais

                                                           foto site Inter

Foi uma jornada heroica na noite de 20 de maio, na cidade de Quilmes, Argentina. O Inter perdeu a partida para o atual Campeão da América, o Estudiantes de La Plata, por 2 x 1, mas levou a classificação para a fase semifinal do torneio mais importante das Américas no saldo qualificado, pois havia vencido no Beira-Rio por 1 x 0 no jogo de ida. Agora vai enfrentar o São Paulo FC, numa reedição da decisão da Libertadores 2006, onde o Colorado sagrou-se Campeão.

Além de todo clima adverso encontrado no acanhado e inseguro estádio Centenário, o Inter não fez uma boa partida, principalmente no primeiro tempo. O técnico Fossati mais uma vez decepcionou a torcida escalando a equipe no esdrúxulo e covarde sistema 3-6-1. Com isso, o time praticamente assistiu ao Estudiantes jogar e pressionar na primeira etapa. E, em dois minutos, a vantagem adquirida em Porto Alegre uma semana antes foi por água abaixo.  Aos 19 e 21 minutos, em duas bobeiras da zaga, o time argentino abriu 2 x 0, com Gonzáles e Perez. E, mesmo com a derrota parcial, o Colorado não ameaçava o gol de Orion.

No segundo tempo parecia que tudo continuaria na mesma. O time colorado não se impunha e o Estudiantes começou a administrar o placar que lhe garantia a classificação. Até que o técnico Jorge Fossati acordou e colocou em campo Edu, Walter e Giuliano, e o Inter começou a criar algumas chances para descontar. E coube ao garoto Giuliano, que havia entrado aos 30 minutos, marcar o gol salvador que garantiria a classificação, aos 43 minutos da etapa final.

Alívio geral para a torcida colorada, depois do grande sofrimento imposto pela equivocada escalação do time. Com a pausa para a Copa, o Inter vai ter quase dois meses para ajustar seu sistema de jogo e melhorar seu desempenho para tentar levantar o caneco do Bi-Campeonato da América.



COPA DO BRASIL 2010

Meninos da Vila vencem por 3 x 1 e vão à Final


                                                                     foto ZH                       

O Grêmio bem que tentou, mas a força do tricolor não foi suficiente para deter a ousadia e o talento dos endiabrados Meninos da Vila, na noite de 19/05, na Vila Belmiro. Depois dos 4 x 3 e do verdadeiro "Circu du Soleil" na primeira partida da semifinal, quando as duas equipes encantaram o Brasil com um futebol de alta qualidade, este embate foi um pouco mais truncado, mas prevaleceu a técnica de Neymar, Ganso, Robinho e cia. O placar de 3 x 1 para a equipe paulista até poderia ter sido maior não fossem algumas boas defesas do desconvocado Victor, que desta vez aparentemente não falhou nos momentos decisivos, mesmo abatido por não ter sido lembrado por Dunga para a Copa.

O segundo confronto entre os dois times começou como o Grêmio muito bem postado em campo no primeiro tempo, ao contrário do jogo em Porto Alegre. Com isso, o Santos se asssustou e praticamente não ameaçou nessa primeira fase. Porém, na segunda etapa, inverteram-se os papéis. O Santos foi com tudo pra cima, envolvendo os três setores de campo e, logo no início, brilhou a categoria de Paulo Henrique Ganso, que mandou um tijolaço do bico da grande área. 1 x 0. Robinho, num contra-ataque mortal, encobriu Victor e fez outro golaço, por cobertura. Santos 2 x 0. O Grêmio ainda reagiu, descontando quase no fim, com Jonas, mas ainda sobrou tempo para o time da Vila marcar o terceiro gol, no final, com Wesley. 

Os números do placar agregado dos dois confrontos (6 x 5) expõem a armadilha a qual o Grêmio foi submetido pelo Santos. Embora não se descarte um certo equilíbrio entre as duas equipes em alguns setores, como a melhor defesa dos gaúchos e o excelente meio de campo dos paulistas, estes últimos inegavelmente contam com vários jogadores que desequilibram o jogo a qualquer momento. O erro fatal do Grêmio ocorreu no primeiro confronto, no Olímpico, quando, apesar da bela reação do segundo tempo, insistiu em manter um jogo aberto, arriscando demais com o rápido time do Peixe. Os três gols sofridos em casa no primeiro jogo foram determinantes para a eliminação do Tricolor na Copa do Brasil. Agora só resta o Brasileirão.





CAMPEONATO GAÚCHO 2010

Grêmio vence gauchão após quatro anos

                            
foto ZH

O Campeonato Gaúcho de 2010 acabou com o Grêmio campeão, após 4 edições sem   levantar o caneco. A convincente vitória por 2 x 0 no Beira-Rio, no primeiro jogo da decisão contra um Inter com os olhos na Libertadores, praticamente liquidou a fatura. Ao Colorado restou apenas colocar água no chope da festa Tricolor, no Olímpico, uma semana depois, vencendo por 1 x 0. O título foi justo, pois o Grêmio foi a equipe que realmente valorizou o campeonato, ansioso para dar a volta olímpica após quatro longos anos.

A competição, que já foi batizada de "Ruralito" ou "Cafezinho", este ano foi apelidada pejorativamente de "Yedão 2010", devido às suas características: não vale nada, é motivo de chacota para quem não é do RS e quase sempre tem lama por todo lado. Brincadeiras à parte, os confrontos que antecederam os Gre-Nais decisivos - as partidas semifinais e finais da denominada Taça Fábio Koff - ofereceram surpresas ao futuro campeão e um grande susto ao vice.

Na partida semifinal, disputada no Olímpico,o monumental estádio ignorado pela Fifa para sediar a Copa do Mundo de 2014, a torcida gremista superlotou seus 35 mil lugares pronta para assistir a uma goleada do seu time sobre o Pelotas. Porém, presenciou uma atuação de luxo de um jogador forjado em seus domínios: o goleiro Jonatas Cunegatto, o popular Lupa. O arqueiro, que também defende a equipe do F.C. Santo Angelo na disputa anual da Taça Missiones Chopping Leagues, deu um show de belas defesas, assegurando a vitória do Pelotas sobre o "imortal" por 2 x 1. Uma semana antes, no estádio Passo D'Areia, já havia se tornado o heroi de um Pelotas com nove homens, ao defender dois pênaltis na vitória sobre o Zequinha.

Na decisão do turno, contra o Sport Club Internacional, no Gigante do Beira-Rio, uma das futuras sedes brasileiras da Copa 2014, Lupa mais uma vez brilhou em campo e demonstrou por que é um dos melhores goleiros em atividade no RS, atualmente. De novo pegou tudo e seu time chegou a abrir uma vantagem de 2 x 0, mas no segundo tempo, por falta de preparo físico, o Lobão cedeu a virada para o Colorado por 3 x 2. Com isso, o Pelotas perdeu a oportunidade de decidir o "Yedão 2010" contra o Grêmio e, talvez, mudar a história do campeonato. Coisas do futebol.

A grande jornada de Lupa foi reconhecida pela torcida do Pelotas e pela imprensa sul-riograndense. Foi considerado um dos destaques de todo campeonato, tanto que, logo após a eliminação do  Pelotas pelo Inter, o passe do goleiraço, valorizado, foi disputado por vários times. O Juventude, de Caxias do Sul, foi mais rápido e o contratou para a temporada 2010. Mais um reconhecimento ao trabalho e à carreira de nosso amigo e parceiro de bola e festa. Boa sorte no Ju, Lupa!

Abaixo, matérias sobre Jonatas publicadas antes da partida decisiva contra o Inter:




Jonatas, pegador de pênaltis

O goleiro de 30 anos é esperança do Pelotas na partida decisiva contra o Inter no domingo


O heroi da classificação à final da Taça Fábio Koff assumiu o gol por hierarquia física. Caçula de uma família com nove filhos, sete deles homens, o então mirrado Jonatas Cunegatto era obrigado a ser goleiro nas peladas de infância. Neste domingo, defende a meta do Pelotas no Beira-Rio. Pronto para uma eventual decisão nos pênaltis.

– Eu não era ruim na linha, mas como ninguém queria pegar no gol, sobrava para o mais novo. Se chorasse, tomava cascudo – ri Jonatas, 30 anos, 1m88cm, forjado em campos esburacados e quadras de cimento de Santo Ângelo.

O processo iniciado nas Missões foi terminado nas categorias de base do Grêmio e aprimorado nas passagens por Guaratinguetá, Corinthians, Juventus-SP, Rio Grande e Ituiutaba-MG.

Jonatas chegou ao Olímpico em 1995, com 15 anos. Ficou até 2000. Vivenciou o auge da Era Danrlei, campeão da Libertadores, Brasileiro e da Copa do Brasil neste período. O guri se espelhou na entrega e personalidade debaixo das traves do colega mais velho.

– Ele crescia em finais e em Gre-Nais. Não deixava o time na mão em momentos decisivos – elogia.

O exemplo ensinou que confiança é palavra chave para um goleiro. Se o goleiro está bem, contagia o restante do time. Missão simplificada aos 30 anos.

– É uma idade ótima para a posição. Você conhece bem os teus limites, os atalhos e tem vigor físico. Tens como dar esta confiança ao grupo – justifica Jonatas.


Goleiro preza o posicionamento e dispensa defesas espalhafatosas


De fato, na semifinal contra o São José, o Pelotas acreditou em seu goleiro. Após ficar com dois jogadores a menos, segurou o 1 a 1 até a decisão por pênaltis. Confiante, o camisa 1 pediu ao capitão Gavião para que iniciasse defendendo. Sentia que ao menos uma cobrança pegaria. Pegou duas. Já em Pelotas, o reconhecimento: foi carregado pelos torcedores do ônibus até o vestiário da Boca do Lobo.

A performance vem da frieza e do trabalho. Jonatas preza o bom posicionamento. Dispensa defesas espalhafatosas. É reservado dentro e fora de campo. Avesso a badalações, adepto do chimarrão ao final de tarde e de conversas pelo MSN, respira futebol. Nesta fase decisiva da Taça Fábio Koff cumpre sessões diárias de cobranças de pênaltis.

Em casa, vê jogos na TV e vídeos no computador. Antes da semifinal, analisou pelo ClicEsportes a disputa entre São José e Inter-SM. Conhecia seus adversários. Para a decisão, repete a estratégia.

– Ao estudar o outro time, fico mais seguro – comenta o goleiro.


(Zero Hora, 17/04/10 - GUILHERME MAZUI /Pelotas)






Jonatas se motiva com visita do pai na concentração

Destaque do Gauchão diz que Seu Joel é pé-quente


Horas antes da final da Taça Fábio Koff contra o Inter, no Beira-Rio, o goleiro Jonatas, do Pelotas, recebeu uma visita importante na concentração: seu pai, Joel. O mesmo que o encontrou nos dias das decisões contra São José e Grêmio. Caçula de nove irmãos e destaque do Gauchão, Jonatas se emocionou com o contato com o pai:

— É fundamental esta visita, pé-quente do jeito que ele é. Meu pai é meu ídolo. Não mereço 10% dos parabéns que ele merece. Isso nos dá confiança para fazer um grande jogo. Estamos em um momento bom. Que vença o melhor, espero que seja o Pelotas.

Seu Joel revelou qual foi o conselho que deu ao filho no encontro:

— Muita confiança e tranquilidade, que é o que ele transmite sempre. E otimismo, uma qualidade que qualquer pessoa que deseja um avanço na sua carreira precisa. Acho que não tem nada de fácil, mas as chances são grandes. O Colorado vai ter que amargar uma derrota, assim como o Grêmio amargou.

Durante esta manhã, 34 ônibus com torcedores do Pelotas são escoltados pela polícia pela BR-116 vindos da zona sul do Estado em direção ao Beira-Rio. A decisão começa às 16h.

(Zero Hora, 18/04/10)