sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

MUNDIAL DE CLUBES DA FIFA 2010

Fiasco Vermelho em Abu Dhabi

Colorado dá vexame e Inter de Milão levanta a Taça



Rafael Sóbis, o herói do Bi da Liberta, decepcionou no Mundial Fifa


Nem os mais fervorosos secadores gremistas e muito menos a torcida colorada imaginava o desfecho da semifinal do Mundial de Clubes da Fifa, dia 14/12, em Abu Dahbi. Mas a inesperada derrota do Internacional para o Mazembe, time campeão africano mas inexpressivo no cenário internacional provou que no futebol não há mais ingenuidade. O inesperado aconteceu e a zebra africana passeou mais uma vez nos Emirados árabes: 2 x 0 para o time da República do Congo. E o sonho do Bi Mundial acabou assim para o Inter: em Abu deu...Fi...asco!


O guerreiro Guiñazu fez um jogo atípico, muito nervoso em campo



A impressão que deu é que o Colorado entrou em campo já com a cabeça na decisão contra a Inter de Milão, que cumpriu seu papel e não deu chance aos coreanos do Seongman e goleou por 3 x 0 e levantou o caneco na decisão contra o Mazembe, vencendo também por fáceis 3 x 0. No jogo semifinal, o atual campeão da Libertadores começou bem, teve chances de matar o jogo no primeiro tempo mas desperdiçou as chances criadas, principalmente com Sóbis. Na segunda etapa, os africanos continuaram com a marcação firme e o nervosismo foi tomando conta do time de Celso Roth. Pra piorar, logo aos 7 minutos os africanos abriram o placar, numa bobeira em que Bolívar e ìndio só olharam Kabangu deslocar o inseguro Renan. 1 x 0.


Jogadores do Mazembe comemoram o segundo gol do jogo



Se já estava difícil, com o gol a equipe colorada entrou em desespero e começou a pressionar desordenadamente. Celso Roth substituiu mal, tirando Tinga para entrar Giuliano, deixando o improdutivo Wilson Matias. Nem com a entrada do garoto Oscar o time melhorou seu meio de campo apático. D’ Alessandro, sumido do jogo, foi outra decepção, assim como Kleber  e  o guerreiro Guiñazu, muito nervoso.
Enquanto os atacantes do Inter tentavam, o goleiro congolês Kidiaba fazia milagres nas poucas chances criadas. O sonolento Alecssandro mal tocou na bola durante o jogo todo.



Time Campeão da América 2010 deu vexame em Abu Dhabi

Para completar o fiasco, no final do jogo, aos 40, em rápido contra ataque, Kaluyituka protagonizou a maior proeza de um time africano e o maior vexame de um time sul-americano em Mundias de Clubes da Fifa. Festa azul no Sul. Restou ao Inter a disputa do terceiro lugar, onde superou, sem o menor interesse, os coreanos do Seongman por 4 x 2.



CHARGE


Comemoração Azul...Que Diabos!


Charge: Ig Esportes
Fotos: Portal Terra

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

BRASILEIRÃO 2010

Torcida do Fluminense comemora o título após 26 anos


FLUMINENSE  CONQUISTA O BICAMPEONATO BRASILEIRO


As duas últimas rodadas foram decisivas para apontar o campeão brasileiro de 2010 e as vagas para a Copa Libertadores 2011. O vencedor do título só foi conhecido na rodada final. Entretanto, mais uma vez foi colocada em xeque a fórmula de pontos corridos, com a volta do famoso “entrega-entrega” que vêm ocorrendo nos últimos campeonato brasileiros. Rememorando as vergonhosas entregadas de Grêmio e Corinthians para o Flamengo nas últimas rodadas, em 2009, que deram a Taça de bandeja ao Urubu da Gávea.


Jogadores do Fluminense comemoram gol do título



Nesta edição, outro carioca, o Fluminense, foi o grande beneficiado. Na antepenúltima rodada, o São Paulo, rival do até então líder Corinthians e já sem chances de almejar vaga na Libertadores, fez um jogo no mínimo estranho, sendo goleado em casa pelo Fluminense (4 x 1), que assumiu a ponta. O mesmo aconteceu no jogo contra o Palmeiras, quando o time do Parque Antártica literalmente “tirou o pé” para prejudicar o arquirrival .


São Paulo protagonizou uma das vergonhosas "entregadas"



Na última rodada, o tricolor carioca, que entrou com uma vantagem de 2 pontos sobre o Corinthians e 3 sobre o Cruzeiro, enfrentou em casa o quase rebaixado Guarani de Campinas, e fez a sua parte: 1 x 0. Já o Timão empatou com o já rebaixado Goiás e, com a vitória do Cruzeiro contra o Palmeiras (2 x 1), acabou ficando em terceiro lugar, deixando o vice-campeonato com a Raposa de Minas. Fluminense, Campeão Brasileiro de 2010. Conca foi eleito o craque e Muricy o melhor técnico da competição.


Cruzeiro fez bela campanha e mereceu o vice-campeonato



Como as rivalidades regionais vêm decidindo os últimos títulos na base do “corpo mole” já está na hora de a CBF repensar a fórmula dos pontos corridos nos moldes atuais. Por exemplo, deveria criar novos artifícios para apontar o campeão, como por exemplo, um triangular final com os vencedores dos turnos e o time que mais pontuou nos dois turnos. Evitaria, assim, as vergonhosas “malas brancas” e “entregadas”, que vêm manchando a credibilidade de um dos maiores campeonatos de futebol do planeta (artigos nesta postagem).


Torcidas de Fluminense e São Paulo "unidas por uma causa"



DUPLA GRE-NAL NO BR-2010


A dupla Gre-Nal, com objetivos diferentes no Brasileirão, viveu momentos de alternância na competição. O Internacional, já classificado para a próxima edição do maior torneio do Continente por ter conquistado o Bicampeonato em 2010, fez um bom primeiro turno e esteve sempre presente no G-4, objetivando apenas o título. No segundo turno, jogando a maioria das partidas com time misto ou reservas e com a cabeça em Abu Dhabi, apenas se preparou para a disputa do Mundial de Clubes da Fifa, em Dezembro. O resultado deste desinteresse foi uma queda vertiginosa na tabela, e o Colorado acabou a competição apenas em 7º lugar.


Com a cabeça em Abu Dhabi, Inter encerrou com goleada: 3 x 0



Já o rival Grêmio, depois de um primeiro turno beirando a zona do rebaixamento, emplacou uma reação incrível no turno final e terminou o campeonato em 4º lugar, com uma ajuda do co-irmão vermelho nas últimas rodadas (vitória de 2x1 contra o Botafogo). Com isso, o tricolor conseguiu a última vaga brasileira para a Copa Libertadores 2011, já que o Goiás, rebaixado na competição nacional, acabou perdendo a decisão da Copa Sul-Americana para o Independiente-ARG. A vitória dos argentinos na Copa Sul-Americana (há pouco desprezada por torcida e direção gremistas) foi comemorada como um título do time da Azenha.





Grêmio, do goleador Jonas, ficou com a última vaga da LA



ESPECIAL


RENÊ WEBER, ETERNO ÍDOLO DO TRICOLOR CARIOCA

Roquegonzalense foi campeão do Brasil pelo Flu, em 1984





arquivo pessoal

Campeão em 84, Renê Weber revira baú de recordações tricolores
Tricolor exibe fotos da conquista do Brasileiro de 1984 e reforça torcida pelo primeiro título na Libertadores da América


A conquista do Brasileirão deste ano, fez com que um ex-jogador relembrasse à distância seus melhores momentos com a camisa do Fluminense. Atualmente treinador do Al Shaab, dos Emirados Árabes, o ex-meio-campo Renê Weber foi campeão nacional em 1984 com a camisa tricolor e aproveitou a conquista do tricampeonato para revirar o baú de memórias da segunda vez em que a equipe das Laranjeiras alcançou o posto de melhor do Brasil.

Entre muitas fotos da época, como pôsteres do título e recordações do Fla-Flu, Renê relembrou também a participação frustrada na Libertadores de 85, quando a equipe foi eliminada na primeira fase sem vencer uma partida sequer, e reforçou a torcida para que o título que sua geração não conseguiu conquistar e escapou por pouco em 2008 enfim pare nas Laranjeiras em 2011.

- Fiquei muito feliz com o título deste ano. Quem passou pelo clube e venceu, como a minha geração, certamente virou um torcedor à distância. É muito bom escrever o nome na história de um clube. Fico na expectativa de ver o Flu arrebentando e brigando pelo título da Libertadores. Na minha época, após a conquista do Brasileiro de 84, não houve investimento e fomos um fracasso nessa competição.

Para Renê, que relembrou os equívocos de 1985, com a manutenção do elenco atual o Tricolor terá grandes chances na disputa continental.


Renê Weber com Zico durante um Fla-Flu, no Maracanã (Foto: Arquivo Pessoal)

- Não vencemos nenhum dos quatro jogos que disputamos. A diretoria contratou um técnico argentino, alguns jogadores estavam com contratos pendentes e nada deu certo. Espero que o Flu possa manter o elenco atual e ainda se reforçar.

Esse também é o pensamento da diretoria atual, que prometeu não perder nenhum jogador na mercado deste fim de ano, e deve anunciar nos próximos dias as contratações de Diego Cavalieri, para o gol, e Araújo, para o ataque. Os meias Thiago Neves e Souza também negociam com o clube.



Equipe tricolor entra em campo com bandeira durante campanha de 1984 (Foto: Arquivo Pessoal)



(Reportagem publicada no site  Globoesporte.com  de 19/12/2010 17h45)



ARTIGOS





Entrega aqui, entrega ali.

Esse tem sido o maior samba do crioulo doido no futebol brasileiro.


Fosse o encapetado Stanislaw Ponte Preta a escrever esse texto, talvez ele começasse com o famoso: “O bode que deu vou te contar, lá ia, lá ia...” E é nessa toada que vou levando minha pequena análise de todo o rebuliço que cerca o evidente “entrega-entrega” que vai comendo solto nessa reta final do Brasileiro.

Para começar (e já ir derrubando alguns falsos moralismos que ando lendo por aí) que tal sair um pouco do futebol. Vamos lembrar um pouquinho da Fórmula 1? Pois bem, todo mundo, absolutamente todo mundo, chiou quando o Rubinho abriu pro Schumacher naquela presepada na Hungria.

Mais recentemente foi com o Massa... Bastou ouvir a, já famosa, indireta “Alonso está mais rápido, entendeu a mensagem?” e meio mundo gritou contra a armação na Fórmula 1. Muitos dizem que o que vale é o jogo de equipe e não seus valores individuais. E é aí que uma moçada anda provando do próprio veneno.

Me lembro claramente de alguns entendidos de esporte apoiando a tal decisão das equipes nessas ocasiões. E alguns deles, agora, estão criticando o tal entrega lá da cá do futebol brasileiro. Papo furado.

Para nós que paramos em frente à TV dispostos a ver uma boa corrida ou uma boa pelada, a única coisa que vale quando vemos uma entregada dessas, é o sentimento de babaca que nos acomete subitamente.

Moçada, muita gente já disse e reforço: a solução é simples. Que se coloquem clássicos nas ultimas rodadas do Brasileirão. Quero ver o Inter entregar pro Grêmio, ou o Corinthians pro São Paulo, Flamengo para Vasco, e assim por diante. Faça isso e acaba essa palhaçada que todo mundo faz, mas ninguém quer admitir (com exceção de Rogérios Cenis e Deolas da vida).

Bom, e já que ninguém é capaz (ou não quer) bolar uma reta final nesses moldes, que se faça piada então! Leia bem: PIADA. Isso não inclui as posturas agressivas que chegamos a ver em algumas torcidas. Isso não! Ah, que fique claro também: isso deve ficar com o populacho moçada. A torcida é folclórica e até pode brincar, torcer contra o seu time. O que é patético é uma diretoria, teoricamente, profisisonalizada tomar esse partido. Constrange...

No fim do dia, tudo isso é muito triste, porque de alguma forma acaba ofuscando o brilho de um titulo absolutamente legitimo de quem efetivamente jogou mais bola o ano inteiro. Não sei ainda quem será campeão, mas ao lado do título de quem quer seja terá sempre um "asterisco".

E aí sim, moçada. Aí sim, vai dar bode.


Clint McGuinness
publicado no http://www.canetada.com.br/







O futebol virou marmelada


Quando o piloto brasileiro Felipe Massa reduziu a velocidade de sua Ferrari para deixar o companheiro Fernando Alonso passar - por ordens da equipe - a imprensa brasileira caiu de pau. Só se falou disso durante muito tempo, da falta de esportividade, do jogo de cartas marcadas.

Verdade que no final do campeonato de Fórmula-1 a performance de Alonso nas pistas provou que a decisão da Ferrari era correta. O espanhol disputou o título até a última corrida, Massa já não estava entre os finalistas duas corridas antes. Mas isso é outra história.

O Brasileirão 2010 será o campeonato do corpo mole. Sim, pela primeira vez equipes de primeiro nível do futebol brasileiro perdem jogos de propósito, ferindo o Estatuto do Torcedor e a alma de qualquer pessoa que goste de futebol. A competição de 2005 foi manchada pela corrupção na arbitragem - e pelo erro escrachado de um árbitro ao não marcar pênalti contra o Corinthians em jogo decisivo. No ano passado o mesmo Corinthians pegou leve contra o Flamengo, que acabou campeão. Mas nunca antes na história de um torneio tantos clubes entregaram jogos juntos como agora.

Se a Justiça Desportiva não toma nenhuma providência, alguém tem que tomar. Ou não vai adiantar chorar depois que a torcida abandonar os estádios, certo?

Antes de mais nada é preciso avaliar se vale a pena ou não mudar a fórmula. O Santos, em 2002, foi campeão mesmo tendo chegado em oitavo lugar na fase de pontos corridos. Ou seja, o mata-mata não faz justiça ao melhor em oito meses, mas a quem chegar ao final em melhor forma. Em 2010 o Grêmio apareceria como favorito, mesmo estando apenas decidindo a quarta colocação.

Então o ideal não é formulismo, nem pontos corridos. Uma fórmula híbrida, nem tanto ao céu, nem tanto à terra, pode ser a solução - os patrocinadores adorariam. O Campeonato Carioca é disputado em dois turnos, Taça Guanabara e Taça Rio. Hoje há fórmulas, semifinais e finais em cada Taça, mas antigamente jogavam todos contra todos e o campeão de cada turno (por pontos corridos) estava nas finais. Junto aos dois estava o clube com maior número de pontos somadas as duas taças. E desse triangular final saía o Campeão Carioca.

Então a proposta para acabar com a marmelada e tentar devolver a dignidade do futebol brasileiro é a seguinte:

* Dois turnos em pontos corridos. O campeão de cada um estará classificados para as finais.


Eduardo Tessler
Porto Alegre
(publicado no portal Terra)

Fotos: Portal Terra